Olá, meus caros adoradores de animes esquisitos, sejam bem vindos a única coluna que irá buscar por você a agulha de ouro no monte de feno de animes que aumenta a cada dia!

Analogias estranhas a parte, depois de alguns meses ausente, a Open your Mind veio para garimpar mais um anime deliciosamente diferente para você e sua mente ávida por mais.

O anime da vez chama-se Jormungand (não é Jorgamund, aprendi na marra!) e já estava na minha mira há alguns anos, porém por preguiça não tinha chegado a sua vez até agora, e como não costumo me enganar, o anime é bom demais.

Para entrarem no clima:

O anime é baseado no mangá de Keitarou Takarashi lançado em 2006 e trata-se de um Seinen, uma obra com conteúdo mais adulto, trazendo questões mais reais e sem tantas fantasias.

A adaptação veio no ano de 2012 com 12 episódios e escrito por Yousuke Kuroda, que também foi responsável por Trigun e Hellsing Ultimate. A obra foi tão bem recebida pelo público otaku que no mesmo ano ganhou a sua segunda temporada com mais 12 episódios. Jormungand: Perfect Order.

Introdução

A obra traz a personagem Koko Hekmatyar, uma jovem traficantes de armas que viaja o mundo todo realizando os seus negócios. Filha de um homem influente no submundo, mas que ainda sim também possui uma fama mordaz, Koko possui alguns guarda-costas de elite para protegê-la, cada um com um passado distinto, mas sempre envolvendo guerras, lutas e armas, porque ninguém consegue fugir disso.

E é neste ponto que quero chamar a atenção, o anime possui uma mensagem bem clara, ninguém consegue fugir da guerra, uma hora ou outra você terá uma arma em mão ou será vítima de alguém que tenha. Ninguém consegue viver sem armas, você pode odiá-las, mas ainda assim precisará destas.

Para comprovar isto temos o último membro da guarda de Koko, Jonah, uma criança soldado que foi criada sem muitas emoções e acostumada a matar. Ele odeia armas, porém entra para a Guarda de Koko apenas para encontrar o assassino de sua família.

Desenrolando…

Inicialmente dá-se a impressão de que Jonah realmente tinha planos (infantis) de ameaçar Koko quando ela estivesse sozinha, porém por afeição a ela ou mudança de planos, acaba mantendo a sua posição dentro dos soldados extremamente poderosos de Koko. Até quando?

O desenrolar do anime é episódico, cada episódio traz uma aventura do cotidiano de Koko e seus aliados, deve-se entender que o anime traz uma traficante de armas, o qual o principal foco é a chantagem e a diplomacia.

Inimigos de Guerra, Coronéis e Generais podem ser ótimos compradores ou problema na certa. Traficantes podem ser rivais ou aliados temporários, e a Cia pode ser problema ou uma ferramenta para se livrar de um inimigo em comum. O que importa é atingir o seu objetivo, sem confiar em ninguém, ou é morte na certa.

Durante o desenrolar da história, Koko passa a se apegar ainda mais aos seus guarda-costas, e você passa a compreender a história de cada um e também como uma garota tão jovem tornou-se uma pessoa tão influente no mundo da guerra.

Existem várias referências a Koko como um dragão, um monstro incontrolável, porém até onde a sua insanidade pode chegar, apenas no decorrer do episódio você verá.

O nome do anime, Jormungand, vem da literatura nórdica, o qual se relaciona ao segundo filho de Loki, uma grande serpente que foi jogada ao mar e lá viveu, tornando-se tão grande ao ponto de cobrir o mundo todo com o seu veneno, tal como os traficantes de armas fazem com os seus produtos.

Se o título refere-se a Koko ou em geral, não é claro, porém o fato de ser uma analogia clara ao mundo do tráfico, isso é inegável.

Opinião Final

A primeira temporada do anime guia você ao mundo de Koko, as suas transações, inimigos e aliados, leva o espectador a conhecer o pano de fundo, para que a ação possa decorrer sem problemas na segunda temporada.

Apesar do tema sério, diversas cenas de sangue e carnificina, sem nenhum tipo de censura, a obra possui momentos de comédia e tem um ótimo equilíbrio, não deixando o anime insosso ou trash demais. Os personagens são loucamente cativantes, bem explorados e mesmo que sejam vários, pouquissímos ficam como secundários ou figurantes, tendo cada um o seu momento e com personalidades elaboradas.

O anime tem como ponto positivo (pra mim), o fato das garotas não andarem seminuas para serem sensuais, as situações acontecem nos momentos certos e de maneira realista. Aquele básico: sexy, sem ser vulgar. Afinal só em animes de fantasia para mulheres irem para a guerra sem proteção! (e sem roupa!)

Todavia, além da história estupenda, o que realmente deixa este anime perfeito é a trilha sonora, não desmerecendo nenhuma outra obra que já tenha elogiado este ponto, porém o estúdio White Fox (o mesmo estúdio de Steins;Gate), soube como fazer combinar cena e música de fundo de um jeito que nenhum outro anime soube fazer.

Por ser um anime que retrata o mundo todo, as músicas possuem origem de vários países diferentes, que vão desde uma MPB/Bossa Nova brasileira até uma música eletrônica que cativa até quem não curte o estilo, tipo eu. A trilha sonora é tão boa que deveria ter uma matéria a parte na coluna Otaku JukeBox do redator Saylon Kaguya. O único pesar que as vezes a música de fundo está tão baixinha que nem dá para ouvir direito, mas ainda assim embala o momento de forma perfeita.

Para quem já gostou de alguma das indicações feitas aqui na Open your Mind, Jormungand tem que com certeza ir para a sua lista de animes de 2016. Se você já assistiu essa preciosidade, por favor deixe a sua opinião e compartilhe esta matéria para que mais gente conheça a obra, pois realmente vale a pena.

Confira abaixo o trailer do anime e também a primeira abertura – Borderland: